Tunga, o senhor do castelo
Fui recebida em uma casa em níveis de portas muito altas, no coração de uma floresta imemorial, onde tudo eram elementos de um universo particular. Ali não havia tempo, mas havia papagaios e tartarugas invisíveis. Podia-se dizer que era um castelo e que seu senhor era o grande criador. Ao longo do dia, pessoas passavam e chegavam, para servi-lo, adorá-lo ou apenas observá-lo. E ele divertia-se em assumir personagens para cada uma delas, sempre com a generosidade de alimentar suas buscas.
Tunga, o aedo místico
Em cada canto do castelo havia uma história e diversas estórias esperando a serem criadas ou descobertas. O senhor as tecia por caminhos através de caminhos nos quais aparentemente era possível perder-se e seguramente encontrar-se diversas vezes. Seus mitos fundadores tinham a métrica da carne e estendiam-se em materiais e visões.
Tunga, o artista
Mas era conhecido como artista, essa clausura. Para isso lhe pediam entrevistas, palavras e presenças. De Hermes virara Hermés sob holofotes cosmopolitas por vezes um pouco estrábicos. Essa era apenas mais um das histórias do senhor do castelo. Havia uma espécie de corrente etérea que, em duas ou três linhas, conectava cada obra sua com cada mito de seu universo em construção.
Publicado em inescrituras, personagens